" Quando me ponho a compor frases e rimas, não sou mais eu a pensar, mas a Alma de Poeta que cisma em fazer giros no ar..."


segunda-feira, 16 de dezembro de 2019



RITUAL PAGÃO

Numa noite de luar
Voltei ao Tor
De pés descalços
Dancei ao redor do fogo
Desfiz todas as amarras
De mãos dadas com as estrelas
Orei.
Com as vestes tingidas pelo sereno
Revi todos os segredos antigos
Despertei a deusa
E invoquei todo o seu poder.
Num pé de vento
Alçamos voo pelas matas,
Passamos pelas terras desertas,
Navegamos pelos verdes mares
E pelos caudalosos rios,
Despencando por vigorosas cascatas.
A Mãe Gaia nos saudou
Em cada um dos seres viventes.
      Bel Plá, Alma de Poeta.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019


DE DORES E DE VERSOS

Meu sentimento
É brasa acesa
De feridas abertas
Cálidos lamentos
Atormenta e cisma.

Meu pensamento
É gelo afiado
Paralisa o tempo
Contrai o tino
Corta e lancina.

Minha palavra
É água corrente
Refresca a chaga
Suaviza as arestas
Acalenta a alma
Em líricas rimas.
   Bel Plá, Alma de Poeta

domingo, 12 de julho de 2015


CASTELO IMAGINÁRIO
                  
Quando a solidão vem me visitar,
Recebo-a com toda cortesia:
Convido para me acompanhar,
Ao castelo da minha fantasia.

Subimos pelo torreão de ouro,
Ao salão lilás da minha saudade.
Aqui está o meu maior tesouro
Que levarei para eternidade.

No salão verde da esperança,
Em estojos, ali estão guardados,
Os anseios que tive em criança,
Sonhos que jamais foram externados.

No salão cor de rosa dos brinquedos,
Naquele pequeno relicário,
Estão guardados todos meus segredos.

E, no salão vermelho da emoção,
Escondi, no precioso sacrário,

A fonte da minha inspiração!
           Reyzina Vianna Ramos

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Encontro ao luar


            Naquela noite de plenilúnio, vultos foram vistos sentados em círculo à beira da lagoa. Aquele estranho grupo causava curiosidade aos olhares das pessoas locais, deixando-as de dúvidas repletas.
            Olhavam o céu absortos, expectantes, intrigados...
            Seriam bruxos? Seriam cientistas? Seriam almas inquietas?
            A lua ia surgindo devagar, descortinando cada um dos véus dos seus mistérios, contando ao pé do ouvido juras secretas.
            Quem os reuniu ali? Vieram de onde? Estariam conspirando?
            Há quem tenha vislumbrado, na noite anterior,  num relance, as Musas do Olimpo, ornadas com seus melhores vestidos, distribuindo envelopes brancos com fitas prateadas, cobrindo com seus véus suas faces diletas.
Puro devaneio...
Seus melhores versos nasciam ali, soprados pela brisa mansa e aquecidos pela barra derradeira no horizonte em linhas discretas.
Em seu êxtase lírico, eles se sabiam, se conheciam, se revelavam...
Não eram bruxos, não eram cientistas, não eram almas inquietas.
Não ofereciam perigo, mas naquela noite nenhuma viva alma dormiria tranquila...
            ... eram poetas!

                                                Bel Plá

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Poesia

GARRA

Gotas de suor,
cálidas,
no rosto são brasas,
ao rolar,
espalham-se,
evaporam,
a imagem do filho
de faces coradas
transforma a brasa
em garra.
Bel Plá

sábado, 28 de dezembro de 2013

Laços

Doce acalanto esses teus abraços...
Neles eu me acalmo,
e me esqueço
do lá fora.
Neles eu me perco
e deles eu preciso
e eles eu quero
e peço.
Enquanto me dás,
eu me entrego
no abandono maior
que só tu me faz.
Horas doces, ao teu lado,
eu passo
e quero
e peço.
E nos teus braços,
é tanta loucura,
que a vida lá fora
não tem mais sentido
nessas doces horas
que ao teu lado passo
      Bel Plá