" Quando me ponho a compor frases e rimas, não sou mais eu a pensar, mas a Alma de Poeta que cisma em fazer giros no ar..."


quinta-feira, 31 de março de 2011

Ensaio sobre a cegueira- José Saramago- Resenha

Um livro marcante e intenso. O discurso de  Saramago de forma contínua, com frases emendadas apenas com vírgulas e parágrafos imensos, nos levam a uma leitura em alta velocidade, os fatos vão ocorrendo, as pessoas vão cegando, e não achamos um ponto para tomar fôlego. Somos levados das ruas para as casas das pessoas, e destas para o hospício, onde os valores morais vão sendo depostos ante às necessidades de sobrevivência provocadas pelo caos que o mundo da cegueira provoca.
Saramago mostra o lado degradante a que os seres humanos podem chegar, e ao mesmo tempo nos traz,  no desenrolar da história, justamente a superação do momento caótico pela intervenção de elementos positivos, como o Amor, a compaixão, o espírito de solidariedade, o conceito da união para a sobrevivência do grupo.
Muito tocante a união das mulheres indo expontaneamente satisfazer as necessidades sexuais dos homens do outro grupo, passando por cima de sua dignidade.
Também marcante é a cena da mulher do médico servindo água nas taças de cristal, ao receber os cegos sujos e esfarrapados, sentados em seus sofás.
Aliás, a mulher tem um papel fundamental na história.
Tem uma frase muito marcante... "uma coisa que não tem nome, isso é o que somos".
É evidente que isso é a natureza humana, mas pelos muitos comentários que li anteriormente, iniciei a leitura achando que ele referia esse termo a esse comportamento vil, abjeto, deplorável, que foi se manifestando, cada vez com mais intensidade.
Mas o que ficou para mim, de toda obra, é que a natureza humana verdadeira é justamente a que foi mostrada por esse grupo que aprendeu a sobreviver e cuidar uns dos outros, e é esta que ele nos instiga a abrir os olhos para ver, não é um grito desesperado de quem vê que não tem mais jeito.
É um grito desesperado de quem nos diz: Abram os olhos, vejam quem são vocês, vejam o outro como ele realmente é, feche os olhos para o aspecto material e enxergue a grandiosidade que é o ser humano, enquanto é tempo.
ISSO É O QUE SOMOS, SÓ NÃO ENXERGAMOS PORQUE ESTAMOS COM OS OLHOS FECHADOS- BASTA ABRIR E VER- ISTO É A NOSSA ESSÊNCIA.
Bel

terça-feira, 29 de março de 2011

COMENTÁRIO LITERÁRIO

Comentário Literário II
Título da obra: No fundo dos teus olhos
Autora: Bel Plá

      Livro de estréia de Isabel Plá da Silva (clipeana), nos traz uma iniciante corajosa. Usa técnica em terceira pessoa, para nos apresentar a personagem Ivy que conta sua trajetória desde a infância até o encontro consigo mesma, adulta e dona de seu destino. Livro de ficção, não esconde traços auto-biográficos que valorizam o gênero feminino, dividido entre a maternidade, papéis sociais pré-estabelecidos e a realização pessoal. Cheia de incertezas, medos e perguntas sem respostas, Ivy representa todas as mulheres. Com sua linguagem simples e direta, a coragem de se expor, de procurar caminhos, a autora conseguiu o mais difícil: capturar a palavra certa, que é sempre fugidia quando dela precisamos. Continua, Isabel. Parabéns!


Clipeana Lia Bachettini

sábado, 26 de março de 2011

Dia 27/3- Dia do Circo



ஞ ஞQuem não assistiu ao Sítio do Picapau Amarelo quando criança?
Não chorou ao saber que a Branca de Neve caiu em sono profundo após comer a maçã envenenada?
Não voou junto com Peter Pan ou vasculhou o jardim atrás de duendes ou fadas?
Não desejou escrever uma carta para o Tio Patinhas para saber como ele não machuca a cabeça ao dar um ponta na sua piscina de moedas?

ஞ ஞA fantasia é necessária na infância e é um direito que não deve ser roubado pelos adultos.
E na idade adulta pode ser bastante útil aguentar barras difíceis lembrando o que nossos pais diziam:
"Depois de casar sara".
Brinquem, crianças, brinquem muito, a Vida é bela.
É preciso ter a cabeça um pouco nas nuvens, tendo os pés bem firmes no chão.

ஞ ஞBrincar e fantasiar é viver.
A criança que brinca é uma criança mais alegre, feliz, que sabe rir e sentir prazer.
E isso vai se refletir por toda sua vida.

ஞ ஞVamos falar de todas nossas fantasias, sonhos;;;
Resgatar essa criança que não se cansa de se maravilhar com o milagre da vida e continua sempre acreditando.
Não tem coisa mais triste do que tirar de alguém a esperança...
a possibilidade de continuar tendo fé,
a certeza de que tudo, no final, acaba sempre dando certo.


ஞ ஞO circo simboliza esse mundo encantado, onde tudo é possível, onde não há ladrões de sonhos, onde não se paga imposto para rir, e onde há um mistério em cada canto...

E o palhaço, o que é?
É ladrão de mulher?

Bel Plá


sexta-feira, 18 de março de 2011

ORAÇÃO CONJUNTA DE AMOR À HUMANIDADE




“O Amor de Deus preenche toda a face da Terra e desfaz todos os sentimentos contrários ao amor. Todos os povos do mundo são vivificados pelo Amor de Deus e amam-se uns aos outros. A partir deste momento, não haverá mais vibrações destrutivas como a ira, o ódio, o rancor e a hostilidade”.

“O infinito Amor de Deus flui para o meu interior e em mim resplandece a luz espiritual do amor. Esta luz se intensifica, cobre toda a face da Terra e preenche o coração de todas as pessoas com espírito de Amor, Paz, Ordem e Convergência pa­ra o Centro”.

domingo, 13 de março de 2011

CONTATO COM A NATUREZA REFORÇA O SISTEMA IMUNOLÓGICO, OU “JÁ ABRAÇOU SUA ÁRVORE HOJE?”


No exemplar da revista Abril de julho passado, foi revelado o resultado de um estudo sobre saúde, realizado no Japão. A prática, realizada em grupos de pessoas saudáveis, foi denominada de “Shinrin-yoku”, ou “banho de floresta”. Consistiu em caminhadas controladas em locais arborizados e urbanos, em grupos distintos e dias alternados. Para controle, foram analisados níveis de linfócitos e  leucócitos, os responsáveis pela imunidade do corpo, e também o cortisol, que, em níveis elevados, principalmente provocado por stress, é responsável por inibir essa função importante de proteção do organismo à agentes causadores de doenças.
    Os resultados foram de diferenças significativas entre os dois momentos da  experiência, comprovando os enormes benefícios que o contato com ambientes naturais, mesmo que por poucas horas, pode proporcionar ao organismo humano. Em contrapartida, acentua os prejuízos que as “prisões de concreto” impõem à saúde física e psicológica de cada pessoa.
    Ao ler um artigo como esse, realizado com pessoas que gozam de saúde plena e, estendendo a uma situação concreta de cura de enfermidades, visualizo a cena em que o médico chega ao quarto do hospital, para fazer a visita diária aos seus pacientes. Então, auxiliado pelos enfermeiros, ajudando-os a levantarem-se ou conduzindo suas cadeiras de roda, os leva a passear num jardim anexo ao prédio, projetado especialmente para esse fim. Como essa pratica, aliada aos tratamentos terapêuticos convencionais, provocaria reflexos positivos significativos! Utopia?
    Parece-me que esse efeito se igualaria aos obtidos por aqueles médicos e enfermeiras do estilo Patch Adams, denominados de Anjos da Enfermagem, ou Médicos da Alegria, ou outros termos assemelhados, com aquele enorme sorriso e fazendo as crianças doentes terem fartos de risos, aumentando com isso suas taxas de imunidade. Que pesquisas como essas prossigam e se multipliquem, e sejam noticiados seus resultados e contagiem os governantes e os profissionais responsáveis pela manutenção da saúde, principalmente a pública, que anda tão carente de atendimento humanizado.
A natureza tem a essência da própria Vida, a mesma que nos anima .Os elementos que constituem as folhagens, a água, o vento, a luz do sol, a terra, têm propriedades relaxantes e regeneradoras, seus efeitos são incontestavelmente benéficos e necessários para um viver de forma saudável e vigorosa. Na luta diária pela subsistência, em busca de dar uma vida digna a nossos familiares, ocupados em formação, preparação profissional, estabelecer uma posição na sociedade, nos envolvemos num sem-fim de tarefas e compromissos inadiáveis, sem tempo nem para dar um “abraço” na árvore que está ao lado da porta da nossa casa. Não nos dispomos a sentir o cheirinho de terra que levanta no inicinho da chuva, pois isto não está registrado na nossa agenda.
Necessitamos urgente de uma reprogramação nas nossas prioridades, estabelecendo devida atenção aos diversos setores da nossa vida, de forma harmônica, como seres totais que somos. Aí acharemos tempo até para tirar os sapatos e dar uma boa caminhada sentindo nossos pés tocando na terra.
E que coisa boa se, nesse retorno à natureza, da qual somos parte integrante,  também causássemos apenas efeitos benéficos a ela. Aí o efeito seria duplo. Utopia?
Bel Plá

quinta-feira, 10 de março de 2011

RESENHA - Jesus, o filho do homem


Um livro emocionante, escrito por Gibran Khalil Gibran, o poeta do Líbano, onde ele nos leva a construir um perfil de Jesus de Nazaré a partir dos relatos das pessoas que o conheceram e chegaram a conviver com ele, seja apenas por uma única vez, como foi o caso de Simão Cirene, o homem que carregou a cruz.
      “Agora, o homem cuja cruz eu carreguei tornou-se minha cruz. Se me dissessem novamente: ‘ Carrega a cruz desse homem’, eu a carregaria até que meu caminho terminasse no túmulo. Mas eu Lhe pediria que colocasse Sua mão sobre meu ombro.”
      Ele escreve na visão de um repórter que teria vivido na época de Jesus e teria entrevistado cada uma das pessoas que o conheceu ou que conviveu com ele. Somos conduzidos a acompanhar entrevista após entrevista... Uma inspiração de arrepiar, tem  trechos que são emocionantes, tu lê  e jura que realmente a pessoa contou aquelas coisas para ele.
      Neste livro, Gibran expõe sua profunda paixão por Jesus, o Nazareno, onde ele o apresenta não com  a visão comum de um homem manso, humilde e passivo, historicamente  transmitida, mas sim como o revolucionário e corajoso amigo dos fracos e aliado dos oprimidos. Sua redatora, Bárbara Young, relata o êxtase físico, emocional e espiritual com que o autor entregou-se  a esse trabalho.
São relatos  fortes, fundamentados nas passagens dos  Evangelhos , ao mesmo tempo com um conteúdo extremamente poético, tornando a leitura fascinante. Gibran nos traz, a cada relato, um Jesus real, cheio de emoção e vida, e o aproxima um pouco mais de nós.
      “Ele era uma montanha em chamas na noite, e era também um ligeiro brilho além das colinas. Era uma tempestade no céu, e era também um murmúrio na névoa da aurora. Era uma torrente jorrando das alturas às planícies para destruir todas as coisas em seu caminho. E era como a risada das crianças.” Raquel, uma discípula.

Bel