" Quando me ponho a compor frases e rimas, não sou mais eu a pensar, mas a Alma de Poeta que cisma em fazer giros no ar..."


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Roda de chimarrão




Quando a tarde vai caindo,
E chega o fim do dia,
 a passarada vem, em bandos,
para os galhos da grande árvore,
bem na hora da Ave-Maria,
 a alma da gente vai se apequenando...


A  barra do sol  avermelha no horizonte,
e tudo em volta fica sossegado...
tento fugir, mas não tem jeito.
bate aquela saudade de casa,
saudade do meu pago amado,
que carrego dentro do  peito.

Tão logo a noite pinta o céu
de lápis preto,  e as estrelas, com seu lume
bordam  poemas no infinito,
junto os gravetos, faço o fogo,
encho a cambona, meu costume,
e não me sinto mais solito.

Enquanto o fogo vai  amornando,
dou um jeito no galpão,
sem muito aprofundamento.
Cevo o mate, incho a erva,
dedilho o violão,
e espero mais um momento.

Finalmente a turma chega,
das suas lides se esquece.
No galopar da cidade,
cada um tem seus tormentos.
O coração da gente se aquece
na grande roda da amizade.