" Quando me ponho a compor frases e rimas, não sou mais eu a pensar, mas a Alma de Poeta que cisma em fazer giros no ar..."


Poetizando...

Meu dia...
Vestida está, com seu vestido de sair,
Ó, como sonha essa guria,
São 10 primaveras, quero brigadeiros,
E uma bandeja de salgadinhos.
Quero festejar, hoje é meu dia.

O sorriso aberto, era o que queria,
Mas não aparece,
O que foi do espelho?
Não era seu papel, apenas refletir?
Hoje é meu dia!!

Em vão espera,
No alto da escadaria,
As convidadas, mas apenas chega
Uma tia.
O que foi dos convites?

Mamãe está doente,
Casa vazia.
Não sei preparar uma festa,
Nem convencer as amigas,
Disfarçar alegria,
Nem tem brigadeiros...

Após o chá com a tia,
É hora de chorar...
Sentada no último degrau
Da escadaria.
A lágrima não sai.
O que foi da emoção?

Bel


PAZ
É na paz desse olhar
que eu repouso o meu cansaço.
Que eu me esqueço
do quanto ainda falta
prá chegar.

Na doçura desse olhar
eu me entrego e desfaleço.
E adormeço
como se a vida agitada
não viesse me buscar.

No silêncio desse olhar
é que eu emudeço.

Quanto mistério eu desconheço
na paz que emana desse olhar...   

Bel


AUSÊNCIA
Um risco corta o horizonte da tua ausência,
nuvens passam,
povoando o céu da minha espera.
Meus olhos, sem o teu reflexo,
são dois espelhos que perderam o aço,
deixados no canto do esquecimento.
Minha boca, calada,
entoa uma canção que não se canta mais,
gravada num disco que se quebrou.
Minhas mãos, vazias,
ficaram ásperas,
mergulhadas no poço da tua saudade.
Um risco corta o horizonte:
deve ser o pássaro da tua presença,
buscando o brilho de outras primaveras.

Bel
                                              
DRINQUE ARDENTE
A brisa bate de leve,
traz o cheiro do mar,
pressinto a tua presença
mas não te vejo.
Sei que estás lá,
desenho o contorno do teu corpo,
mordo a unha.
Sinto sabor de cereja,
o caldo escorre pela boca,
a visão embaraça
e me convidas pra dançar.
Lá dentro,
o pêndulo do relógio
me embala numa estranha arritmia.
Já nem sinto mais o vento...
O sol bate no rosto,
arde,
e as nuvens explodem em fagulhas coloridas.
Largo a taça
e corro de encontro às ondas.
Bel

Laços

Doce acalanto esses teus abraços...
Neles eu me acalmo,
e me esqueço
do lá fora.
Neles eu me perco
e deles eu preciso
e eles eu quero
e peço.
Enquanto me dás,
eu me entrego
no abandono maior
que só tu me faz.
Horas doces, ao teu lado,
eu passo
e quero
e peço.
E nos teus braços,
é tanta loucura,
que a vida lá fora
não tem mais sentido
nessas doces horas
que ao teu lado passo

Bel

                 

Nenhum comentário:

Postar um comentário