Naquela
noite de plenilúnio, vultos foram vistos sentados em círculo à beira da lagoa.
Aquele estranho grupo causava curiosidade aos olhares das pessoas locais,
deixando-as de dúvidas repletas.
Olhavam o
céu absortos, expectantes, intrigados...
Seriam
bruxos? Seriam cientistas? Seriam almas inquietas?
A lua ia
surgindo devagar, descortinando cada um dos véus dos seus mistérios, contando
ao pé do ouvido juras secretas.
Quem os
reuniu ali? Vieram de onde? Estariam conspirando?
Há quem tenha
vislumbrado, na noite anterior, num
relance, as Musas do Olimpo, ornadas com seus melhores vestidos, distribuindo
envelopes brancos com fitas prateadas, cobrindo com seus véus suas faces
diletas.
Puro devaneio...
Seus melhores versos nasciam ali,
soprados pela brisa mansa e aquecidos pela barra derradeira no horizonte em
linhas discretas.
Em seu êxtase lírico, eles se
sabiam, se conheciam, se revelavam...
Não eram bruxos, não eram
cientistas, não eram almas inquietas.
Não ofereciam perigo, mas naquela
noite nenhuma viva alma dormiria tranquila...
...
eram poetas!
Bel Plá