" Quando me ponho a compor frases e rimas, não sou mais eu a pensar, mas a Alma de Poeta que cisma em fazer giros no ar..."


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Encontro ao luar


            Naquela noite de plenilúnio, vultos foram vistos sentados em círculo à beira da lagoa. Aquele estranho grupo causava curiosidade aos olhares das pessoas locais, deixando-as de dúvidas repletas.
            Olhavam o céu absortos, expectantes, intrigados...
            Seriam bruxos? Seriam cientistas? Seriam almas inquietas?
            A lua ia surgindo devagar, descortinando cada um dos véus dos seus mistérios, contando ao pé do ouvido juras secretas.
            Quem os reuniu ali? Vieram de onde? Estariam conspirando?
            Há quem tenha vislumbrado, na noite anterior,  num relance, as Musas do Olimpo, ornadas com seus melhores vestidos, distribuindo envelopes brancos com fitas prateadas, cobrindo com seus véus suas faces diletas.
Puro devaneio...
Seus melhores versos nasciam ali, soprados pela brisa mansa e aquecidos pela barra derradeira no horizonte em linhas discretas.
Em seu êxtase lírico, eles se sabiam, se conheciam, se revelavam...
Não eram bruxos, não eram cientistas, não eram almas inquietas.
Não ofereciam perigo, mas naquela noite nenhuma viva alma dormiria tranquila...
            ... eram poetas!

                                                Bel Plá