" Quando me ponho a compor frases e rimas, não sou mais eu a pensar, mas a Alma de Poeta que cisma em fazer giros no ar..."


domingo, 13 de março de 2011

CONTATO COM A NATUREZA REFORÇA O SISTEMA IMUNOLÓGICO, OU “JÁ ABRAÇOU SUA ÁRVORE HOJE?”


No exemplar da revista Abril de julho passado, foi revelado o resultado de um estudo sobre saúde, realizado no Japão. A prática, realizada em grupos de pessoas saudáveis, foi denominada de “Shinrin-yoku”, ou “banho de floresta”. Consistiu em caminhadas controladas em locais arborizados e urbanos, em grupos distintos e dias alternados. Para controle, foram analisados níveis de linfócitos e  leucócitos, os responsáveis pela imunidade do corpo, e também o cortisol, que, em níveis elevados, principalmente provocado por stress, é responsável por inibir essa função importante de proteção do organismo à agentes causadores de doenças.
    Os resultados foram de diferenças significativas entre os dois momentos da  experiência, comprovando os enormes benefícios que o contato com ambientes naturais, mesmo que por poucas horas, pode proporcionar ao organismo humano. Em contrapartida, acentua os prejuízos que as “prisões de concreto” impõem à saúde física e psicológica de cada pessoa.
    Ao ler um artigo como esse, realizado com pessoas que gozam de saúde plena e, estendendo a uma situação concreta de cura de enfermidades, visualizo a cena em que o médico chega ao quarto do hospital, para fazer a visita diária aos seus pacientes. Então, auxiliado pelos enfermeiros, ajudando-os a levantarem-se ou conduzindo suas cadeiras de roda, os leva a passear num jardim anexo ao prédio, projetado especialmente para esse fim. Como essa pratica, aliada aos tratamentos terapêuticos convencionais, provocaria reflexos positivos significativos! Utopia?
    Parece-me que esse efeito se igualaria aos obtidos por aqueles médicos e enfermeiras do estilo Patch Adams, denominados de Anjos da Enfermagem, ou Médicos da Alegria, ou outros termos assemelhados, com aquele enorme sorriso e fazendo as crianças doentes terem fartos de risos, aumentando com isso suas taxas de imunidade. Que pesquisas como essas prossigam e se multipliquem, e sejam noticiados seus resultados e contagiem os governantes e os profissionais responsáveis pela manutenção da saúde, principalmente a pública, que anda tão carente de atendimento humanizado.
A natureza tem a essência da própria Vida, a mesma que nos anima .Os elementos que constituem as folhagens, a água, o vento, a luz do sol, a terra, têm propriedades relaxantes e regeneradoras, seus efeitos são incontestavelmente benéficos e necessários para um viver de forma saudável e vigorosa. Na luta diária pela subsistência, em busca de dar uma vida digna a nossos familiares, ocupados em formação, preparação profissional, estabelecer uma posição na sociedade, nos envolvemos num sem-fim de tarefas e compromissos inadiáveis, sem tempo nem para dar um “abraço” na árvore que está ao lado da porta da nossa casa. Não nos dispomos a sentir o cheirinho de terra que levanta no inicinho da chuva, pois isto não está registrado na nossa agenda.
Necessitamos urgente de uma reprogramação nas nossas prioridades, estabelecendo devida atenção aos diversos setores da nossa vida, de forma harmônica, como seres totais que somos. Aí acharemos tempo até para tirar os sapatos e dar uma boa caminhada sentindo nossos pés tocando na terra.
E que coisa boa se, nesse retorno à natureza, da qual somos parte integrante,  também causássemos apenas efeitos benéficos a ela. Aí o efeito seria duplo. Utopia?
Bel Plá